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ARTROSCOPIA E CIRURGIA ARTROSCÓPICA DO TORNOZELO (TIBIO-TÁRSICA)

 

artroscopia do tornozelo

A década de 80 e em particular a sua segunda metade, foi em Portugal, decisiva para o desenvolvimento da artroscopia e fundamentalmente da cirurgia artroscópica do joelho.

Do significativo atraso nesta área em relação ao resto da Europa, conseguimos recuperar muito rapidamente não só no aspecto da sua aceitação por parte de médicos e doentes, mas principalmente na prática de procedimentos cirúrgicos, alguns bastante complexos, que se podem incluir com todo o direito, na chamada “cirurgia de ponta”.

Concomitantemente a esse crescente aumento de popularidade da cirurgia artroscópica do joelho, tem-se vindo a notar também um significativo interesse em explorar artroscopicamente outras articulações. Daí que presentemente a tibio-társica seja uma das já mais envolvidas, esperando-se que a anca e o punho, em futuro relativamente próximo, deixem de ser curiosidade de investigação.

Embora a articulação tibio-társica se encontre tão desprotegida como o joelho e ainda por força da sua localização, mais sujeita a traumatismos do que ele, importa salientar que a necessidade diagnóstica ou cirúrgica da artroscopia, é aqui significativamente mais reduzida do que para o joelho.

A artroscopia da tibio-társica é uma técnica de aquisição relativamente recente, pois que com credibilidade, apenas surgiu em 1975 aproximadamente e motivada principalmente pela dificuldade de muitas vezes não se conseguir obter, pese embora toda a cuidada avaliação clínica e imagiológica, um diagnóstico com consistência, de modo a poder ser aplicada a terapêutica mais conveniente.

No entanto e mesmo assim, bastantes são as situações em que se pode recorrer à artroscopia quer com intenções de diagnóstico, quer terapêuticas em particular.

As situações patológicas em que com mais frequência se obtém melhores resultados são: a osteocondrite dissecante do astrágalo, as fracturas osteocondrais do astrágalo, as fracturas condrais do astrágalo e tibia, os corpos livres, a artrite séptica e o impingment antero-externo do tornozelo. Para além destas e nem sempre com tão bons resultados, encontram-se a osteonecrose do astrágalo, as sinovites crónicas e a artrose.

A cirurgia da tibio-társica desenvolve-se sempre em ambiente de cirurgia de dia, com o doente a ser submetido a uma anestesia local.

 A agressão cirúrgica é também muito limitada, havendo necessidade normalmente de se utilizarem apenas duas vias de acesso de 5 mm.